Se você já experimentou um café de especialidade com certeza sentiu aromas e sabores que não estão presentes no café tradicional. Mas você sabe quais são os fatores que causam tanta diferença? No artigo desta semana vamos falar justamente sobre isso: as diferenças entre o café tradicional e o café de especialidade.
O primeiro fator que influencia na qualidade do café é o plantio. Cafés de especialidade são resultado de muito estudo sobre o solo, clima e mudas selecionadas para ter o melhor fruto e, consequentemente, os melhores grãos do cafeeiro.
Em seguida, vem a colheita. É fundamental que esse processo seja realizado de forma manual, pois apenas os melhores grãos entrarão para os lotes especiais. Na verdade, a produção de cafés especiais com maior valor agregado, requer investimentos, principalmente, no pós-colheita. Assim, o produtor consegue ter lotes sem defeitos e com as características sensoriais que o classifiquem como especiais.
Já o café tradicional possui qualidade inferior porque é composto por café arábica com alta incidência de defeitos. Geralmente, esse produto é vendido para a grande indústria por preços inferiores. Para chegar à sua mesa com o mínimo de qualidade para o consumo, a grande indústria faz blends do arábica com o café conilon, até obter os padrões de café tradicionais, que se mantém sempre os mesmos.
E essa é uma das principais diferenças entre o café tradicional e o café de especialidade. Enquanto o tradicional mantém sempre o mesmo padrão, o café de especialidade proporciona ao apreciador uma explosão de aromas e sabores, ou seja, uma verdadeira experiência sensorial.
Um café especial possui aromas e sabores que podem ser frutados, herbais, doces como caramelo e chocolate, por exemplo. Dependendo da região de cultivo, do cuidado pós-colheita e da torra, você tem cafés diferentes e deliciosos.
Aliás, outra diferença marcante entre o café tradicional é a torra e a moagem.
No caso do café de especialidade, cada tipo de torra afeta seu sabor na xícara. O mesmo café, em diferentes torras, terá um sabor diferente. Quanto mais tempo o café fica no torrador, mais açúcar natural do grão é consumido. Portanto, quanto mais escura a torra do café, menos doçura ele terá.

O café tradicional tem como característica uma torra bastante escura, para disfarçar as imperfeições dos grãos. É o café preto consumido todos os dias em padarias, pastelarias e restaurantes do mundo inteiro. O grão mais torrado e com uma moagem mais fina resulta numa bebida mais amarga e que, geralmente, pede a adição de açúcar.
Ficou curioso para experimentar um café de especialidade e ter uma experiência sensorial única? Então aproveite a semana para visitar sua casa de café favorita e fazer uma imersão neste mundo de sabores.
Até a próxima semana.
*Rodrigo Araújo é jornalista e entusiasta do café de especialidade